Reciclagem móvel. Uma tendência cada vez mais crescente. Qual é o seu processo?
Com a proliferação dos telefones celulares, também começaram a surgir empresas e organizações não governamentais que compram telefones usados para reciclagem ou encaminhamento para países em desenvolvimento. Na hora de escolher para onde enviar, é preciso escolher uma empresa ou ONG de confiança, pois a Associação Multissetorial de Empresas de Tecnologia da Informação, Comunicações e Eletrônicos (Asimelec) denunciou que algumas dessas empresas enviam telefones para países com proteção menos impacto ambiental aumentando o impacto do que se jogássemos aqui.
A maioria, entretanto, usa o mesmo processo. Primeiro eles separam os móbiles que podem ser reaproveitados, que são enviados aos países em desenvolvimento, daqueles que não podem ser consertados e que vão para a reciclagem. Em Espanha, é a Fundação Tragamóvil quem recicla a maior parte destes telefones independentemente de onde os vendemos. Somente em 2022-2023 essa Fundação reciclou 372 mil quilos de telefones celulares e smartphones.
Lembre-se de que até 90% de cada telefone celular pode ser reciclado, um número incomumente alto para um dispositivo eletrônico. Especificamente, a maior parte da reciclagem é de plástico, seguida de vidro e diversos metais pesados que devem ser separados durante o processo. Para isso, assim que chegam à usina de reciclagem, primeiro são classificados e retirados todos os elementos nocivos, depois todos os materiais são triturados e por fim a pasta resultante é submetida a um processo de seleção por meio de ímãs e calor que faz com que o diferentes materiais são separados e adequados para reutilização ou reciclagem.
Além de poder reciclar plástico, metal e vidro e reduzir as emissões de CO2, outro dos materiais mais importantes que se pode conseguir é o coltan, uma liga mineral muito estranha que só se encontra na República Democrática do Congo e que é essencial para o desenvolvimento de smartphones. A importância desses minerais tem desencadeado guerras sem fim no país africano, que continua a ser o mais pobre do mundo, apesar de ter todas as reservas de um mineral caro e essencial para o Primeiro Mundo.
Além do coltan, ouro, zinco, paládio ou cobre também são encontrados graças à reciclagem, embora em pequenas quantidades. Para nos dar uma ideia, seriam necessárias cinco toneladas de smartphones para obter um grama de ouro. Essas pequenas quantidades de metais são, no entanto, essenciais para o bom funcionamento dos telefones. Até poucos anos atrás, a principal desvantagem para atingir um percentual maior de reciclagem era o plástico que não era conhecido para ser reaproveitado. Hoje já possui novas aplicações, o que levou ao desejado índice de 90% de materiais recicláveis, mas ainda não se descobriu como economizar baterias.
Se você tem um telefone que não vai mais usar, você tem duas opções para que outra pessoa possa aproveitá-lo e, dessa forma, evitar que mais resíduos sejam gerados: doe seu terminal para uma ONG para que ela possa enviá-lo a quem precisa, ou venda o seu telemóvel na Comparaiso ou outra página que ofereça este serviço, para que possa reduzir o custo do seu novo telemóvel.