Sociopatas: como agem e por que se comportam assim

Mª José Muñoz

Os sociopatas procuram conhecer as fragilidades de uma organização, classe social ou pessoa para se aproveitar e forçar seus delitos, sentir-se mais espertos e vencedores diante daqueles que consideram seus oponentes.

Hackers do sistema financeiro, golpistas, membros de grupos de bairros marginais que agem fora da lei … Sociopatas são pessoas que se sentem excluídas de um determinado conglomerado social e deliberadamente geram comportamentos negativos em relação a outras pessoas ou comunidades.

Sempre justificam seus atos, ora por motivos econômicos, acadêmicos ou familiares , ora por não se sentirem incluídos em determinada forma de normalidade.

Eles são e sentem-se muito diferentes e existe a sua dualidade. Gostam de ser reconhecidos e considerados como todos, mas na sua maioria não querem seguir os passos necessários e têm orgulho de serem diferentes, que marcam continuamente.

O que move um sociopata?

Os sociopatas são diferentes dos psicopatas, que , como forma de diversão, precisam prejudicar os outros, sejam eles animais e / ou pessoas. Os sociopatas estão ligados a um criminoso picaresco, de maior ou menor importância, dependendo dos recursos de que dispõem.

Podemos encontrar diversos exemplos de sociopatas no sistema: grupos em bairros marginais, onde reina a precariedade, grandes hackers do sistema financeiro em cujas mãos a riqueza das nações pode estar, até um casal que se sente ter direito total a tudo, sem nenhuma obrigação de nada.

A ideia central seria conhecer as fragilidades de uma organização, classe social ou pessoa e aproveitá- las para esticar seus delitos e, na repercussão, sentir-se mais pronto e vitorioso diante daqueles que consideram seus adversários.

Como identificá-los

Para detectá-los, podemos verificar certas formas de funcionamento que se repetem em diferentes campos de sua vida: no trabalho (se o tiver), na vida familiar e também nas amizades.

  • Procuram os defeitos do que os rodeia para se sentirem superiores manipulando, ridicularizando e atacando.
  • Eles são hipersusceptíveis: seu grau de tolerância à frustração é mínimo e suas demandas são altas.
  • Eles não acreditam na lei do esforço para alcançar algo e acreditam em ser mais espertos que o oponente.
  • Eles não sentem qualquer tipo de empatia por aqueles que podem ser suas vítimas e se gabam disso.

Quebrando as regras da periferia

O padrão de um dos dois extremos da sociopatia, o grupo, é encontrado nos dramas e conflitos que se refletem nos filmes americanos e não tão americanos.

É a atitude de alguns dos moradores dos bairros periféricos que se distanciam física, econômica e perceptivamente de um núcleo central onde viveriam “os outros”, para quem duas coisas se supõem: que sejam privilegiados porque têm mais oportunidades que eles, mas também, que são tolos porque cumprem todas as obrigações impostas pelas instituições.

Eles se sentem mais espertos porque sabem da existência dessas regras, mas também a maneira de transgredi-las.

No pano de fundo encontramos, no lugar dos sentimentos e afetos, uma lealdade incompreendida. Os grupos marginais se tornam clãs que, diante de suas vivências de famílias desestruturadas e com poucos meios, sentem que os culpados são o sistema que os condena a essa situação.

Essa injustiça os une e lhes dá o direito de quebrar qualquer regra de convivência. Mesmo assim, eles vão jogar e apostar em um golpe de sorte que os tire daquele buraco.

Aproveite o sistema em posições privilegiadas

No outro extremo, das classes abastadas, encontramos os sociopatas entre aqueles executivos que se definem como não sabendo o que é afetividade e que, então, sua frieza na execução de negócios antiéticos se deve a essa carência singular, pois que eles afirmam que nada poderiam fazer para remediar.

Se eles são mais espertos e podem tirar vantagem de um sistema falho, eles seriam tolos se não o fizessem. Essa é a lógica que os move e como a justificam.

Na origem dos sociopatas executivos, o que se encontra é um tipo de ambiente familiar altamente técnico, no qual a eficácia material e o sucesso social foram excessivamente promovidos e tudo o que tem a ver com sentimentos foi deixado de fora. , de carícias e apego, à empatia pelos outros.

Manipule um parceiro para obter recursos

Ao nível do casal, normalmente são personagens que procuram um bode expiatório onde possam encontrar, nela ou na família, maiores recursos, embora estes possam ser simplesmente aqueles com um ambiente mais afetuoso.

O parceiro do sociopata vai se tornar, em muitos momentos, o representante daquele sistema que quer ter, mas que, ao mesmo tempo, precisa minar.

Mal apontando os possíveis erros ou contradições da vítima, seus parentes e amigos, não só pedirá indenizações contínuas, mas fará de conta que o casal pensa a partir dessa lógica sociopata e se torna seu aliado contra quem não lhe dá o que ele quer e como quer.

No nível individual, tendem a ser perfis de sujeitos que na infância perderam alguma figura materna ou paterna, ou que se sentiram maltratados, chegando à conclusão de que a vida lhes roubou algo e que a sociedade tem uma dívida impagável e permanente com eles.

Adolescência: uma sociopatia circunstancial

Finalmente, podemos falar de "sociopatas circunstanciais" para nos referirmos à adolescência. É aquele momento de mudança em que, para os jovens, pais e professores deixam de ser modelos para se tornarem representantes de uma realidade cheia de contradições.

Destacar as falhas e tirar vantagem delas para se isolar e atacar ou atacar a si mesmas pode ser a única saída que encontram. É preciso estar muito atento para que esta etapa seja apenas temporária.

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