Ambientalistas pedem que os pesticidas sejam cortados pela metade

Ana montes

O governo espanhol não tem um plano para reduzir o uso de pesticidas perigosos. Enquanto a França pretende reduzi-los pela metade em 2025, em nosso país seu consumo aumenta 5% ao ano.

A Espanha é a segunda maior economia agrícola da Europa, mas é o país que mais consome pesticidas e mais Round-Up (glifosato), que foi listado pela OMS como possível cancerígeno em 2022-2023 e está recebendo condenações nos Estados Unidos por sua relação com casos de câncer.

Existe uma directiva europeia sobre o uso sustentável de pesticidas (se isso fosse possível) desde 2009, mas no nosso país aumentamos o seu uso em 5% todos os anos e não respeitamos a proibição de pulverização aérea das culturas.

Ecologistas em Ação pede 50% menos pesticidas

A organização Ecologistas em Ação enviou suas Propostas para Salvar o Planeta a grupos políticos, pedindo-lhes que reduzissem os pesticidas em pelo menos 50% até 2023, algo que a Dinamarca já fez e que a França aspira alcançar em 2025.

O plano desenhado pelo governo espanhol é pobre, com objetivos superficiais que não trazem mudanças significativas para reduzir os agrotóxicos em nosso país, criticaram. Os ambientalistas acreditam que a diretiva europeia deve ser mais contundente e impor a todos os países uma determinada cota de redução de pesticidas, um prazo para cumpri-la e sanções para aqueles que não o fizerem.

A Espanha também não implementou um sistema para coletar informações sobre intoxicações pelo uso ou ingestão de pesticidas - causa 200.000 por ano em todo o mundo - ou para reciclar embalagens de pesticidas perigosos (apenas 56% são recuperados).

Para reduzir o consumo de pesticidas, a União Europeia recomenda uma longa rotação de culturas de 6, 7 ou 8 anos, usar variedades agrícolas resistentes a pragas e só usar pesticidas se não houver outra solução menos nociva.

Disruptores endócrinos em pesticidas, um perigo

Muitos pesticidas são desreguladores endócrinos - desreguladores hormonais - e promovem doenças como diabetes, doenças metabólicas, problemas de tireóide, obesidade, infertilidade e câncer.

O problema é que não ingerimos apenas um pesticida, mas muitos em cada alimento e o efeito desse "coquetel" não é conhecido. Não existe uma dose mínima segura, pois eles funcionam como nossos hormônios: em níveis infinitesimais.

É por isso que “as autoridades não estão protegendo a saúde”, segundo Pilar Galindo, membro da Sociedade Espanhola de Agricultura Ecológica (SEAE).

Os insetos são os animais mais afetados

Os pesticidas não são apenas um risco para a saúde das pessoas. Eles também são uma ameaça à biodiversidade. Os insetos são os seres vivos que mais estão em declínio, especialmente os polinizadores.

“Hoje já existem 76% menos insetos voadores no mundo e um terço está em perigo de extinção, os quais podem desaparecer em um século”, explicou Koldo Hernández, chefe da campanha tóxica dos Ecologistas em Ação, ecoando dos resultados da meta-análise do Professor Francisco Sánchez-Bayo, da University of Sydney (Austrália). “Sem insetos não há futuro para a agricultura”, acrescentou.

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