Você quer mudar alguma coisa? Faça passo a passo

Mamen Bueno

Pratique exercício, alimente-se mais saudável, aprenda um idioma, pare de fumar … Se queremos mudar algo na nossa vida para ser ou melhorar, o ideal é que sigamos passo a passo. Definir metas muito otimistas nos leva ao fracasso e nos faz pensar que não somos capazes de alcançá-las.

Todos passamos por momentos em que pretendemos fazer alguma mudança significativa na nossa vida, de maior ou menor importância: fazer dieta para emagrecer, aprender uma língua, deixar de fumar, mudar de emprego, conhecer mais pessoas …

Nesse desejo de mudar, às vezes estabelecemos metas que são muito ousadas, muito complexas ou além de nossas capacidades. Como, por fim, não alcançamos nosso objetivo, nossa autoestima diminui, o que desvaloriza a concepção que temos de nós mesmos ou de nós mesmos. Então, quase sem perceber, iniciamos um diálogo de autocrítica que nos enfraquece. Entramos numa situação de desespero que nos dói: "Pois bem, porque tento, se não vou conseguir".

Ninguém pode fazer tudo de uma vez. A maneira de avançar, de mudar, de ganhar espaço para os nossos problemas ou deficiências, é dar passos curtos e determinados. Passos que ajudam a aumentar a auto-estima abatida, diminuída por expectativas infladas. Pequenos objetivos reduzem o medo de grandes desafios, dão uma sensação de segurança para o progresso. A bagatela quebra fechaduras. Assim, no longo prazo, o sucesso é o resultado do acúmulo de hábitos simples e modestos.

O caminho é feito caminhando

Nesta era histórica em que vivemos, o sucesso rápido e sem esforço é vendido para nós em todos os lugares: "Perca peso rápido", "Ganhe clientes do jeito fácil", "Aprenda inglês em algumas semanas" … Queremos alcançar a meta do zero, e agora . Mas a abordagem mais rápida para o fracasso é a impaciência. É como querer chegar ao topo de uma montanha um dia depois de tentar e sem preparação e equipamentos adequados. Isso garante o fracasso, reduzindo nossa força e nos tornando menores.

Na minha prática psicoterapêutica, quando uma pessoa vem para uma consulta, a gente sempre -antes ou depois- acabamos trabalhando o aspecto da potência das pequenas ações para atingir as conquistas ou objetivos que nos propomos. Ocorre em todos os casos: quando a pessoa se sente triste e sem recursos para deixar de ficar triste; quando você não consegue perder peso ou se sentir sozinho e incapaz de entrar em novos relacionamentos; quando você tem agorafobia e tem medo de sair de casa; Se seus medos fazem você se sentir incapaz de fazer um exame porque você começou a ter ataques de pânico …

Todas as pessoas começam na posição "não posso". Eles se sentem incapazes de fazer qualquer mudança, com a sensação de que não há solução possível. Eles vêem a meta saudável tão impossível, inatingível ou inatingível, que sentem que nunca irão alcançá-la. No entanto, reconhecer suas limitações no longo prazo os torna mais fortes: eles parecem capazes.

Que passo você vai dar hoje?

Nossa capacidade de aprender aos poucos é uma arma muito poderosa. O truque é investir em práticas breves por tempo suficiente até que, a médio prazo, se torne um hábito. Você não precisa fazer muito de uma vez, mas precisa fazer algo todos os dias.

  • Calcule bem onde dar o primeiro passo. O desejo de mudança às vezes é uma quimera superdimensionada. Devemos partir de um planejamento de pequenos passos, onde cada um deles, principalmente o primeiro, acontece sempre do ponto onde cada um está, não de onde os outros partem. Pergunte a si mesmo: "Qual é o primeiro passo que posso dar agora para chegar mais perto de meu objetivo?" Por exemplo, para uma pessoa que está em depressão severa, seu primeiro passo pode ser simplesmente levantar um pouco a cortina de seu quarto.
  • Tente dosar sua energia. Dar um grande salto ou uma corrida vai acabar nos deixando exaustos e talvez nos impeça de chegar ao destino. Para seguir em frente, devemos medir nossa força e graduar o que podemos fazer a cada dia.
  • Às vezes você tem que voltar. A evolução geralmente ocorre na forma de picos de montanhas. Existem momentos de ajuste e incompatibilidade, de ascensão e queda. Isso, longe de ser negativo, é uma oportunidade para refletir e aprender com os erros. Ajuda-nos a não baixar a guarda e a lembrar-nos de que devemos continuar a fazer pequenas modificações ou a fortalecer as que já foram feitas.

Dar dois passos para trás para voltar um não é um fracasso: é uma experiência que cria confiança e autonomia.

  • Seja claro sobre a direção, não o objetivo. Os erros nos ajudam a ser mais claros sobre a direção a seguir do que o objetivo específico. Colocar-nos na nossa realidade a cada momento nos livra do peso da meta, nos ajuda a redefinir esses passos e adaptá-los a uma linha escolhida.
  • É melhor ser uma tartaruga do que uma lebre. Como na fábula, se formos a tartaruga, acabaremos descobrindo que o sucesso se alcança com os pequenos atos diários que se acumulam, grão a grão ou passo a passo, até que, sem perceber, conseguimos subir a montanha. Não devemos nos deixar levar pela fantasia do que podemos alcançar. Não sejamos como uma lebre confiante. Qualquer processo de mudança é uma corrida de longa distância, não de velocidade. A impulsividade freqüentemente leva à decepção. Constância e paciência são nossos aliados mais valiosos. Quando menos esperar, você olhará para trás e perceberá tudo o que conquistou.

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