Irena Salina, UE, 2008.

“Quem controla a água tem o poder”, diz a ativista Maude Barlow. E o fato é que a água, recurso natural essencial para a vida, é hoje uma mercadoria, o "ouro azul" de empresários e governos que distribuem seu controle e venda pelo mundo. Este documentário mostra as diferentes faces do novíssimo negócio da água: desde a privatização do serviço, antes nas mãos do Estado, a adutora de rios para abastecimento de grandes indústrias, o que implica a escassez de água para as cidades, a poluição dos rios, destruição ambiental, doenças e morte, até mesmo a indústria milionária de "água engarrafada".

A história se repete na Índia, África, Estados Unidos, Bolívia, China. Porque a história da privatização da água, que até poucos anos atrás era um bem comum, é também a história da predação capitalista que busca transformar tudo em mercadoria, lucrar com tudo. Assim, Flow testemunha a barbárie e seus dirigentes: a classe política de todos os países, organismos internacionais como o Banco Mundial, as grandes corporações que controlam a maior parte desta indústria e a cumplicidade de empresários que são funcionários públicos, governantes que mais tarde são membros das assembleias de acionistas das corporações em questão … Em suma, uma olhada no sistema capitalista como um todo.

Porém, enquanto a geografia do Poder distribui destruição sem distinção de fronteiras nacionais, abaixo a defesa da água se organiza em milhares de formas e cores, independentemente de partidos políticos e governos. Pelo amor à água, é também o ponto de encontro das lutas e resistências locais que se multiplicam no mundo a partir de onde imaginam e inventam soluções para os problemas gerados pela sede capitalista de lucro, o roubo da água, o sangue da terra. , como dizem os zapatistas. Com essa projeção iniciamos um ciclo no qual refletiremos sobre a forma do capitalismo, que avança na destruição do meio ambiente, e, ao contrário, da organização que se constrói diariamente, por baixo, em face da guerra do neoliberalismo contra toda a humanidade.

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