Comer com atenção: o que é comer com atenção?

Mamen Bueno. Psicólogo

Uma alimentação consciente, uma alimentação consciente, nos permite dar total atenção à nutrição para aprender a ouvir nossas emoções e nossas sensações corporais e, assim, sermos capazes de comer de forma mais saudável.

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Cada vez lemos e ouvimos mais sobre alimentação consciente, alimentação consciente ou intuitiva como um processo para aprender uma nova dinâmica com a alimentação, sem fazer dieta. Para começar, esclareça que comer com atenção não é fazer dieta para perder peso, ou adote algum rótulo específico. É mais um estilo de vida, uma forma de se relacionar com a comida. É trazer atenção plena à nossa nutrição e inclui o que escolher, como cozinhar e comer alimentos.

Comer com atenção é, em suma, tentar comer de forma mais consciente.

Percebendo nossos padrões, sistemas de crenças, valores, hábitos, rotinas e pensamentos associados à alimentação, sem julgamento ou crítica, com curiosidade e gentileza. Discernir quais nos ajudam a cuidar de nós mesmos e quais não.

Consiste em ouvir as sensações corporais; prestar atenção aos sinais de fome e saciedade, para nos alimentarmos, sentir-nos saudáveis ​​e satisfeitos, física e emocionalmente; aprender a distinguir a fome fisiológica da emocional; conhecer os vários gatilhos psicoemocionais que nos levam a recorrer à alimentação, mesmo quando já estamos fisicamente saciados. Neste estilo de vida, meditação, intenção e atitude são muito importantes.

  • A meditação serve como uma forma de afinar o instrumento, a parte do corpo.
  • A intenção, por que comemos, é perceber que nem sempre o fazemos por fome física.
  • A atitude de compaixão por nós mesmos, de curiosidade, de abertura à experiência, de autocuidado …

Melhore sua relação com a comida entendendo a fome

Para estarmos mais atentos à nossa relação com a alimentação, um passo decisivo é entender os mecanismos envolvidos em nosso comportamento alimentar. A pediatra e freira zen, Jan Chozen Bays, em seu livro Eating atentive (Ed. Kairós), nos mostra que devemos levar em conta sete aspectos, muitos deles desempenham um papel muito importante em nossa alimentação excessiva:

  • Fome visual. É o que normalmente chamamos de “comer com os olhos”. Uma refeição bem apresentada e visualmente atraente não é tão atraente quanto outra que parece ter caído no prato sem nenhum cuidado. Podemos comer muito, levados pela "cerveja" de um alimento. Podemos saciar essa fome reservando um tempo para observar as cores, formas e detalhes do que comemos.

As estratégias publicitárias da indústria de alimentos levam isso em consideração.

  • A fome olfativa. É aquele que, ao ser evocado, surge a frase "cheiros que alimentam". Os cheiros têm um grande poder de sugestão, de sensações, de memórias … E podem desencadear outros tipos de fome com muita facilidade. Uma maneira de saciar essa fome é deliciar-se com os cheiros do que colocamos na boca.
  • Fome oral. "Dá-me água na boca" é a frase que mais lhe convém. É altamente condicionado pelo meio ambiente e pela cultura. A fome oral pode ser insaciável, precisa de sabores, de texturas … Quando o que temos na boca diminui o sabor, já estamos ingerindo de novo, embora não tenhamos engolido. A indústria e seus intensificadores de sabor incentivam esse recurso.

Para saciar essa fome, é conveniente atender às sensações que a comida nos provoca na boca, a cada mordida antes de engolir.

  • A fome de estômago. É o que geralmente está associado à física. Nós percebemos isso através de uma sensação de vazio, cãibras, dores … Às vezes essas percepções são causadas por hábito, ansiedade ou inquietação, e não por um estômago vazio. É muito importante estar atento a esses sinais, aprender a identificá-los e discriminar os motivos.
  • Fome celular. É desencadeado quando as células são deficientes em algum nutriente. É o mais difícil de vislumbrar, embora com o tempo, se treinarmos a auto-observação corporal, será cada vez mais fácil. Para exercitar essa consciência corporal, é bom fechar os olhos antes de comer e nos perguntar: "O que preciso agora para meu bom funcionamento?"
  • Fome mental. Está relacionado com o que pensamos e acreditamos sobre a comida. Expressa-se por meio de “deveres”, justificativas ou demandas, sobre o que é bom ou ruim comer e em que horários. A parte do prazer, deleite e atenção aos sinais corporais são deixados de fora.
  • A fome do coração. Entendendo o coração como metáfora do afeto, do carinho, da companhia, da intimidade … A comida serve para amenizar essa falta de companhia, apego, conexão … Como forma de acalmar emoções, preencher lacunas …
  • Pode estar com sede. Às vezes, sentir fome é confundido com sede. Tomar um pouco de água quando sentimos fome e observar o efeito que ela produz nos ajuda a discernir as sensações.

Como começar a praticar a alimentação consciente?

Olhe para si mesmo com olhar compassivo. Compaixão não significa aceitar e validar tudo o que você faz. É, por responsabilidade, trazer gentileza e compreensão aos seus comportamentos com a intenção de mudar o que o magoa. Aceitar sem culpa que o que você experimentou até agora é diferente do que você sabia fazer naquela época. Sem culpar ou repreender você.

Lembrar que a atitude é importante, e nada melhor do que começar por uma atitude curiosa, paciente, livre de julgamentos e expectativas, que nos leve no caminho do autoconhecimento para compreender os mecanismos que norteiam a nossa alimentação.

Entenda que essa mudança não acontece da noite para o dia e que o processo não é linear.

Desta forma, os erros são vistos como fonte de informação e não algo a ser evitado a todo custo. Lembre-se dos tipos de fome.

Quando estiver com fome, feche os olhos por um momento , respire fundo algumas vezes e pergunte a si mesmo: De que estou com fome? Talvez novos sabores, companheirismo, cheiros tenham despertado meu apetite? Como hábito ou rotina? Estou entediado? …

Quando você começar a comer, pelo menos nas primeiras mordidas, tente conscientizá-las, prestando atenção na aparência, no cheiro, nos sabores, na sensação no estômago ou no que você pensa do que come.

Lembre-se destas dicas, que o ajudarão a praticar uma alimentação consciente:

  • 1. Beba um pouco de água antes de comer: reduz a ansiedade e aumenta a sensação de saciedade.
  • 2. Cuide da apresentação do que você come: Já se disse que você come com os olhos. A estimulação visual de seus pratos também é importante. Então, dê valor à forma como eles se apresentam.
  • 3. Alimente-se sentado e sem distrações: Desta forma, prestando atenção ao ato de comer, será muito mais fácil para você observar se já se sente realmente saciado e saborear e saborear cada um dos ingredientes.
  • 4. Mastigar muito bem: Está comprovado que mastigar muito bem o que comemos contribui para comer menos (porque é assim que o cérebro detecta os sinais de saciedade).
  • 5. Não estar cheio: você não precisa se sentir inchado para parar de comer. Observe o nível de enchimento do estômago com o qual você se sente melhor.
  • 6. Verifique sua relação com a comida: Se você tem uma relação ruim com a comida, peça ajuda profissional. Fazer dieta para perder peso pode ser um fator predisponente para o desenvolvimento de um transtorno alimentar.
  • 7. Ajude a se conhecer melhor: Comer com atenção ou alimentação consciente é um processo de autoconhecimento mais um estilo de vida. Não é uma dieta para perder peso. É mais um passo na linha da prática da meditação.

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