O que é mais saudável, azeite de oliva ou óleo de coco?

Claudina navarro

O óleo de coco vem ganhando prestígio entre as pessoas interessadas em alimentação saudável e natural. Você pode dizer que é mais saudável que o azeite?

O azeite virgem extra tem a seu favor que faz parte da saudável dieta mediterrânea e centenas de estudos científicos que comprovam as suas propriedades. O óleo de coco, por outro lado, é uma descoberta recente para a ciência e ainda não há consenso sobre seus benefícios. No entanto, a popularidade do óleo de coco está crescendo entre as pessoas interessadas em alimentos naturais e saudáveis.

A nutricionista Emily Gelsomin escreve no blog da Universidade de Harvard que estudos científicos indicam que os óleos vegetais são geralmente preferíveis às gorduras de origem animal, especialmente para a saúde do coração.

O azeite de oliva reduz a inflamação

Gelsomin acredita que a bondade do azeite é comprovada por estudos realizados em populações europeias. Ele menciona um estudo recente, publicado no Journal of the American College of Cardiology, que prova como substituir margarina, manteiga ou maionese por azeite de oliva reduz o risco de doenças cardiovasculares.

Segundo esse trabalho, os benefícios começam a ocorrer a partir do consumo de meia colher de sopa de azeite de oliva por dia. E ao aumentar a dose, os efeitos positivos são aumentados. Na Europa, o consumo médio é de três colheres de sopa por dia.

Especificamente, sabe-se que o azeite reduz a inflamação que contribui para a progressão das doenças cardiovasculares graças ao seu teor de polifenóis. Esses compostos antioxidantes estão abundantemente presentes no azeite de oliva extra virgem (EVOO), obtido por prensagem a frio, sem o uso de solventes químicos.

Se você tomar óleo de coco, faça-o prensado a frio, não refinado

Os defensores do óleo de coco citam os ácidos graxos saturados de cadeia média que ele contém como agentes benéficos. Eles afirmam que essas gorduras oferecem vantagens em relação à perda de peso e ao controle do colesterol. Embora essas propriedades tenham sido demonstradas em estudos científicos com um pequeno tamanho de amostra, existem outras pesquisas que as contradizem. Muitos nutricionistas continuam a pensar que se trata de gordura saturada indesejável.

Gelsamin acredita que a chave pode estar na qualidade do óleo de coco usado nos estudos. O coco é um alimento básico na dieta tradicional das populações asiáticas e apenas efeitos benéficos foram observados lá. Ou seja, não há tantos problemas de colesterol lá como nos países europeus ou nos Estados Unidos. Mas, nessas comunidades, o coco natural não processado é consumido. A polpa do coco também é rica em fibras.

Um ensaio publicado no BMJ Open mostra que o óleo de coco extra virgem (não refinado) não aumenta o colesterol LDL e seu efeito é comparável ao EVOO, e sempre melhor do que o da manteiga de leite de vaca.

Gelsomin conclui que o azeite de oliva extra virgem continua a ser a gordura primária de escolha nas dietas ocidentais. No entanto, o óleo de coco de primeira prensagem a frio e, se possível, de produção orgânica, é um alimento em princípio recomendado.

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