Você tem baixa autoestima? Faça um exercício simples para recuperá-lo

Diante de uma auto-estima muito prejudicada, o trabalho que devemos fazer para curá-la deve ser completo e constante. Aos poucos, dia a dia, vamos melhorando.

Já desde os primeiros anos de vida, muitas pessoas tendem a prestar mais atenção às informações de fora do que às suas próprias intuições.

Isso acontece quando, pela falta de proteção a que os mais velhos os sujeitaram, esses pequeninos crescem alimentando a ideia de que os outros são mais importantes do que eles e que, além disso, é essencial, para sobreviver, agradá-los.

Consequências de ter prejudicado a autoestima

Como vimos em outros artigos, ser expulso nos tira do nosso centro de equilíbrio emocional e diminui nossa auto-estima, o que é altamente prejudicial à nossa saúde física e emocional.

Resultado de milhares de anos de infâncias negligenciadas, a baixa auto-estima é um mal generalizado em nossa sociedade.

Na verdade, muito do trabalho que faço com as pessoas que procuram minha clínica é para ajudá-las a compensar esse desequilíbrio e mudar essa tendência autodestrutiva de considerar os outros superiores.

Em circunstâncias extremas, essa atitude autodestrutiva.

Leva a pessoa a tal nível de desconexão que é impossível para ela avaliar qualquer questão relacionada a si mesma como positiva.

Essas pessoas pensam que fazem tudo errado e que os outros são muito mais válidos do que eles.

Por que não vemos nossas virtudes

Andrea foi um desses inúmeros casos que chegam à terapia com uma auto-estima tão prejudicada que afetou todas as áreas de sua vida.

Em uma de suas primeiras sessões, a jovem me disse que não se lembrava de uma única palavra gentil de seus pais.

Pelo contrário, eles passaram a vida inteira destacando todos os erros que sua filha cometeu e nunca chegaram a valorizar seus inúmeros méritos e realizações.

Andrea cresceu como uma menina tímida e com medo dos outros.

Como sempre fora comparada negativamente com as irmãs e primas, a menina acabou acreditando que todos eram melhores do que ela.

Ela não achou estranho que suas irmãs tivessem recebido comida mais cedo ou que ela nunca tivesse comprado roupas, livros ou brinquedos novos. Era normal que Andrea recebesse as sobras, pois ela estava completamente convencida de que era inferior e de que não merecia nada melhor.

Como você pode imaginar, quando ela veio para consulta, a autoestima de Andrea estava baixa. A educação destrutiva que ela recebeu a cegou para seus próprios méritos e a impediu de ver qualquer coisa positiva em si mesma.

Quando foi à terapia, a jovem, que chegou com sintomas depressivos, havia perdido todo o entusiasmo pela vida e não fazia nada para cuidar de si mesma. Em suas palavras, nada valeu a pena.

Em casos tão graves como o de Andrea, o trabalho curativo de seu passado deve ser acompanhado de outras medidas complementares no presente.

Para transformar a imagem negativa com a qual você pensa e se olha, a pessoa deve começar a mudar esses pensamentos que a anulam. Para atingir esse objetivo, propus a ele trabalhar pequenas ações no seu dia a dia.

Recupere o amor próprio lentamente

Às vezes, como foi o caso de Andrea, a autoestima fica tão prejudicada que deve ser reconstruída aos poucos. Para iniciar esta tarefa, pedi-lhe que prestasse atenção a todas as pequenas ações que realizava ao longo do dia e que as anotasse em seu caderno de terapia.

No início, ela me disse que eu não fiz nada por ela o dia todo, mas expliquei que estava me referindo àquelas pequenas rotinas diárias que fazemos quase sem prestar atenção, mas que envolvem o cuidado de nós mesmos, ações como tomar banho, pentear os cabelos. ou escovar os dentes.

O exercício consiste em tomar consciência dessas pequenas atividades que realizamos sozinhos ao longo do dia e poder valorizá-las. Para alcançar:

  • Temos que realizar essas ações de uma forma não mecânica e prestar atenção consciente à atividade que estamos fazendo.
  • Além disso, também é importante repetir várias vezes a seguinte frase: “Estou fazendo isso por mim. Eu mereço".

Focar no pequeno nos torna grandes

Na semana seguinte, Andrea trouxe para a consulta uma lista de todas as atividades que realizava diariamente por conta própria.

Ele começou a escovar os dentes com consciência de cada movimento, não apenas esperando que a escova de dente elétrica o avisasse que o tempo necessário havia passado. Ele tomou um banho apreciando aqueles momentos únicos e privados.

Ela penteou o cabelo lentamente, sem pressa, ciente da escova acariciando seus cabelos.

Mesmo quando foi buscar os filhos na escola, a caminhada diária tornou-se um momento extremamente agradável para ela.

Tudo começa com uma etapa

Consciente desses pequenos detalhes, Andrea começou a deixar de acreditar na ideia destrutiva que assumia desde pequena de que não merecia nada.

Além disso, ele entendeu como sua infância tinha sido injusta com todas aquelas comparações e desqualificações. Aos poucos, começou a pensar e a se olhar com outros olhos, os seus e, pela primeira vez na vida, sentiu que tinha o mesmo direito de ser feliz que os outros.

Como diz o provérbio Lao-Tzu, toda jornada começa com um passo. Às vezes, para alcançar nosso objetivo, não devemos nos propor grandes objetivos inatingíveis no curto prazo, mas sim pequenos desafios que podemos alcançar e que nos dão confiança para enfrentar os maiores.

Quando a autoestima foi tão prejudicada, como no caso de Andrea, para reconstruí-la, é fundamental começar a trabalhar desde a base, desde as pequenas ações do nosso dia a dia.

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