5 propostas insanas para um ano feminista

Sim, o 8M muito bem, mas agora temos 365 dias como 365 soles restantes para construir um ano um pouco mais feminista. Portanto, proponho 5 coisas que podemos fazer.

Caros Insane Minds,

Depois da grande ressaca de 8M vou fazer 5 propostas inconvenientes e loucas porque descansamos sobre os louros por menos do que nada e ficamos fofos na primeira troca e daí não saímos mais. Subir no cuquismo, sim, mas subir outras coisas também. Estas são minhas propostas:

1. Não compita com outras mulheres

  • Nunca nunca nunca. Nunca. Nunca. Se pretendemos nunca competir, às vezes conseguiremos não competir. Não competir no trabalho, ou sentimental, não competir pela atenção, principalmente pela atenção dos homens. Não competir
  • Na melhor das hipóteses, as mulheres são nossas companheiras e, na pior, não são nada. Mas nunca, nunca nossos inimigos ou concorrentes.
  • Com isso, não quero dizer que temos que ser as comedoras de flores do feminismo e aceitar com um sorriso toda a violência que recebemos de outras mulheres. Não. Somos todos construídos na competição entre mulheres e não vamos acabar com ela individualmente. Mas entre não competir e não cuidar de nós mesmos existe um espaço enorme e transformador que podemos viajar durante este ano pós-8 milhões que agora começa.

2. Treinamento em feminismo

  • Chegar ao feminismo é bom, e todos nós chegamos ao feminismo um dia. Mas uma vez lá é preciso perceber que temos muitos séculos de história, organização de práticas, discursos, pensamentos, experiências.
  • Principalmente para as acompanhantes em espaços de representação, twitstars e coisas assim, por favor, irmãs, treinem-se, que o feminismo não é apenas uma identidade, uma camisa que você veste e veste, mas o esforço conjunto de tantas mulheres que vieram antes e que eles mereçam que nos encarreguem de seus discursos ao menos para conhecê-los e poder debatê-los com conhecimento dos fatos.
  • E quando alguém aponta um erro, está tudo bem: ao canto para pensar um pouco, ao canto para reconhecer outro tempo, e ao canto para consertar um pouco mais.

3. Treinamento em feminismo em canais não oficiais

  • Dito isso, treine em espaços informais, porque o feminismo não é só os livros e quem os escreve. Esse é um canal, mas existem inúmeras práticas e pensamentos feministas que não são coletados nesse formato.
  • Feminismo de base, do dia a dia, da trincheira. Ouvir colegas e aprender com e com eles é uma ótima escola feminista.

4. Treinamento em feminismo que não está no centro dos estudos feministas

  • E, dito isso, saiba que existem muitos feminismos, e alguns com muita representação e outros com muito menos e que a gente perde constantemente de vista.
  • Livre-se do feminismo heterossexual e branco e cisgênero e encha a barriga de Audre Lorde, Gloria Anzandúa, Chandra Tapalde Mohanty e Sandy Stone, para citar alguns óculos feministas.

5. Dispense os homens por um tempo

  • E por fim, deusas, poder ter três conversas seguidas sem falar de homens, por favor. Que a questão da liderança masculina é tão grande que parece que não podemos nem escrever uma frase feminista sem ter medo de marginalizar os homens.
  • Nada acontece, irmãs, e nada acontece, irmãos. O mais interessante em pensar um pouco sem eles é perceber o quanto nos custa fazer isso, o quanto nos sentimos culpados e como todos os alarmes disparam.

Feliz semana, Minds!

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