A fase de esquecimento

Hoje em dia, falou-se que íamos ser "melhores". E já está provado que não. Porque quando perdemos o medo de morrer. O ódio escolhido voltou em toda a sua glória.

A voz de Roy Galán é um podcast do escritor Roy Galán para a revista Mentesana. Ouça e compartilhe.

Eles dizem que isso é uma fase.
Que passamos de um para o outro como se estivéssemos em um videogame.
Como se fosse possível derrotar um monstro.

Como se houvesse um objetivo.
Esses dias em que não fomos capazes de nos mover.
Em que a quietude nos forçou a nos tornarmos (mais) conscientes de quem somos.

Nós nos colocamos na frente de um espelho.
Aquele que nos lembrou de nossa vulnerabilidade e mortalidade.
A lógica robusta e frágil do nosso Universo.

Esses dias, quando não podíamos nos ver.
Em que trocamos abraços por videochamadas.
Nós sentimos como estamos sozinhos.

O pouco que aproveitamos para poder atender.
Nós tomamos tudo como certo.
Hoje em dia, descobrimos que nos acostumamos a estar vivos.

Que havíamos esquecido a maravilha da infância.
Aquela que envolve cruzar o mundo sempre pela primeira vez.
Em que sempre perguntamos por quê.

Por que o planeta retorna pela manhã.
Por que eles podem voar.
Por que eu respiro.

Hoje em dia, tem-se falado que seríamos "melhores".
E já está provado que não.
Porque quando perdemos o medo de morrer.
O ódio escolhido voltou em toda a sua glória.

Porque precisamos buscar sistematicamente por culpados.
Como se o mundo não fosse infestado por vírus e terremotos.
De acidentes.

Hoje em dia, tivemos tempo para avaliar nossas ações.
Para dar um novo sentido ao nosso tempo.
Clima.
E agora vai ser difícil pegar esse tempo emprestado novamente.

O único que temos.
Nossas vidas são eternas em comparação com a vida de uma flor de cacto.
Uma ninharia se compararmos com a vida de uma estrela.

E o importante é o que fazemos com o tempo.
Pode ser um bom momento para repensar se vale a pena consumir tanto naquele momento.
Se tivermos que produzir da maneira que fazemos.
Se nossas identidades se extinguem quando não estamos ocupados.

Se nos preocupamos muito.
Ainda mudamos o paradigma.
Ou talvez não.
Quem sabe.

O que podemos fazer é lembrar que vivemos na mesma época.
Quando você está perdido ou perdido.
Lembre-se da incerteza.
Porque só isso vai nos ajudar a relativizar.

Para dar importância ao que realmente tem.
Para voltar a ser um pouco menor e com menos vontade de vencer.
Para agradecer pela luz e pelo oxigênio.

Por meio desses pulmões.
Por dias.
E para todas essas pessoas.
Isso foi, é e será.
Para cuidar de nossas feridas.

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